Por Andressa Oliveira
Atualizado em 20.06.22
A arquitetura biofílica busca conectar os espaços com a natureza, promovendo bem-estar e conforto para seus ocupantes. Conheça mais sobre esse princípio na composição dos ambientes, seus benefícios e dicas para incorporar a natureza nos seus projetos!
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A arquiteta Bia Rafaelli, explica que “para falar de arquitetura biofílica é preciso começar com a definição de biofilia, que significa amor à vida (bio = vida, philia = amor)”.
Ela complementa, dizendo que “a teoria da biofilia, difundida pelo biólogo Edward O Wilson, fala sobre a conexão inata do ser humano à natureza, evolutiva dos milhares de anos que viveu e desenvolveu-se na natureza, e que esta conexão é essencial para a saúde integral das pessoas”.
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O também arquiteto e paisagista Felipe Ariel Köhler, da Orgânico Arquitetura, aponta que “na escala da evolução biológica, as construções que conhecemos hoje são muito recentes”.
Ele concui, dizendo que “nosso desenvolvimento biológico está muito mais relacionado a natureza: luz, ar, água, plantas e animais. E não tanto a espaços artificiais – construções”. Assim, o conceito de arquitetura biofílica está ligado a uma visão de planejar ambientes com características do mundo natural.
O profissional Felipe aponta as principais características da arquitetura biofílica, veja:
“Luz do sol e a sua claridade também ajudam no ciclo circadiano, regulando o relógio biológico do corpo. Junto da ventilação natural, esses elementos são básicos para o bem-estar das pessoas”. E complementa, “as perspectivas e bons visuais para fora das janelas também são importantes, já que a visualização da paisagem natural reforça essa sensações”.
“Além de embelezar, as plantas também purificam o ar do ambiente. O som da água de uma pequena corredeira ou até mesmo a umidade que ela cria para regiões secas, cria um sinal biológico para as pessoas, além do bem-estar e aconchego”, afirma Felipe.
“Pedras, madeira, bambu, tecidos com fibras e até a própria terra são elementos que são da natureza”, cita o profissional. E reforça, que “quando esses materiais são utilizados na mesma forma que são encontrados na natureza, maior o efeito de bem-estar”.
Felipe indica que os formatos encontrados na natureza geralmente são orgânicos e arredondados, então quando os móveis, tapetes e até a própria construção possui padrões curvos e irregulares, é possível refinar o design do espaço.
Ele também aponta que “as composições que a natureza cria, são perfeitamente irregulares e orgânicas, fazendo contrastes ou até mesmo combinações”. Assim, o profissional afirma que “observando a natureza, podemos recriar esses padrões, por exemplo com a paleta de cores de um pôr-do-sol, ou a mistura de tons de verde e marrom de uma floresta”.
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A arquiteta Bia, reforça que “a arquitetura biofílica deve proporcionar uma experiência da natureza imersiva para as pessoas” e diz que sempre pensa em “como utilizar a natureza para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas nos ambientes”.
Bia e Felipe apontam que há diversos benefícios em se utilizar os princípios da arquitetura biofílica, e citam:
Segundo Felipe, “espaços pensados com esse conceito melhoram a qualidade de vida de seus ocupantes e criam uma atmosfera relaxante e que, ao mesmo tempo, instiga a criatividade e a interação no espaço”.
Os arquitetos também dão dicas práticas para aplicar esse conceito em casa, veja:
Para Felipe, o conceito da biofilia pode começar de forma simples e evoluir para algo completo. Comece melhorando o espaço que você já tem e transforme o seu dia a dia com uma maior conexão com a natureza. E para ir com tudo na decoração com plantas, conheça também a tendência urban jungle.